Aqui nasceu o Brasil.
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No dia 7
de agosto de 1501 uma expedição portuguesa formada por três naus, contando com
o famoso navegador italiano Américo Vespúcio - que dá nome ao continente
americano - em sua tripulação, deixou um monumento de pedra na altura do que
hoje é a Praia de Touros, Litoral Norte do Estado, como um marco de que aquelas
terras pertenciam ao Reino de Portugal. O início da comemoração da chegada da
expedição, comandada pelos navegadores Gaspar de Lemos e André Gonçalves, a
mando do rei português D. Manoel I, só foi demarcada há pouco mais de 11 anos,
pela Lei Estadual 7.831/2000, de 30 de maio, assinada pelo então governador
Garibaldi Alves Filho, definiu esta data, como o Dia do Rio Grande do
Norte. O Projeto de Lei foi criado pelo então deputado Valério Mesquita,
por sugestão do historiador e publicitário, Marcus Cesar Cavalcanti de Morais,
sócio-efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, que
teve como base o fato histórico da chantadura do Marco de Touros, na posse
colonial do Brasil, na praia de Touros, estabelecendo o dia 7 de agosto como
data oficial. Apesar do simbolismo poucas são as pessoas que sabem o que é
comemorado neste dia.
A
expedição que passou pela Praia de Touros e demarcou o território do que seria
solo potiguar foi de fundamental importância para a identificação das terras
portuguesas de "além-mar". "Esta expedição foi a primeira
promovida após o descobrimento, realizado por Pedro Álvares Cabral em 1500.
Após passarem por aqui, seguiram pelo litoral deixando outros marcos e nomeando
os acidentes geográficos com os santos de cada dia, como era de costume".
O prosseguimento desta expedição marítima acabou batizando o que hoje são
os cabos de São Roque e Santo Agostinho, além da Bahia de Todos os Santos, por
exemplo.
O marco
deixado por Gaspar de Lemos e André Gonçalves, feito de pedra lioz e contando
com o brasão de armas do rei de Portugal e a cruz da Ordem de Cristo, esteve na
Praia de Touros até 1976. Foi retirado da praia dos Marcos devido a
deterioração. Hoje o marco encontra-se no Forte dos Reis Magos. Apesar da
marcação do que seria o território norte-riograndense ter sido realizada logo
na segunda expedição portuguesa que oficialmente esteve na terra brazilis, a
ocupação foi bastante tardia. Somente a partir do fim do século, por volta de
1598, que iniciaram-se processo de habitação da então capitania do Rio Grande.
"À época, o interesse de Portugal não era nossas terras, mas sim no
comércio com o Oriente. O abandono da capitania hereditária do Rio Grande
e a forte resistência indígena à ocupação portuguesa, segundo o professor,
também contribuíram para a demora quase secular na ocupação das terras
potiguares.
No século
XVIII, quando os portugueses começaram a se fixar definitivamente, chegou à
região a imagem de Bom Jesus dos Navegantes padroeiro do município, cuja origem
é difusa não se sabendo se veio por mar ou por terra, se foi promessa ou
doação. A construção da sua capela teve início em 1778, sendo concluída
em 1800 Em 1832 foi instalada a freguesia do Bom Jesus dos Navegantes do Porto
de Touros.
No dia 11
de abril de 1833, pela Resolução do Conselho do Governo, Touros foi desmembrado
de Ceará-Mirim tornando-se município do Rio Grande do Norte.
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“TOUROS,
terra do Bom Jesus dos Navegantes. Terra de uma rica história, conhecida por
muitos, e colocada em prática por poucos, ao esquecer que este povo bom e
hospitaleiro, poderia também sobreviver da sua própria história, se fosse bem
empregada no turismo local, dando condições de qualidade de vida através da
cultura a jovens que estudam na esperança de galgar um lugar digno na
sociedade.
Touros, aqui, neste teu chão, assim
como és o nosso chão natural, dos nossos pais, aqui também foi descoberto, no dia
7 de agosto de 1501, a nossa Pátria, o Brasil.
Para
Câmara Cascudo,o Marco de Touros muda a rota do Descobrimento.Suas
pesquisas e estudos comprovam que a posse e a propriedade do Brasil se deram
,não em Porto Seguro na Bahia, mas na praia de Touros, a 145km de Natal O marco
é o mais antigo objeto de presença européia em continente americano.Foi
colocado na praia por Américo Vespúcio.Cascudo descobriu o monumento,
identificou o Marco e fez um livro sobre o assunto.
O
Professor Diógenes da Cunha Lima,confirma que pouca gente sabe que o Brasil
nasceu juridicamente no Rio Grande do Norte.Para ele, não existe em Porto
Seguro, nada da presença de Pedro Álvares Cabral, ao contrário do que sucede no
Rio Grande do Norte, onde a passagem de Vespúcio é confirmada em documentos.
Já o
escritor e pesquisador Lenine Pinto autor de uma tese sobre o assunto, assegura
que o Brasil foi descoberto em Touros e que o Monte Paschoal era a Serra do
Cabugi.Tese polêmica,que tem gerado muitas discussões entre pesquisadores.
Lenine Pinto
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A tese de
que o Brasil nasceu aqui, no Rio Grande do Norte, defendida pelo pesquisador
Lenine Pinto,demonstra uma série de dados a serem contestados na história
oficial.
Entre seus
argumentos, a chantagem do Marco de Touros é uma das peças chaves de esclarecimentos.
Para ele era normal chantar um marco no ponto onde chegavam e ao alcançarem o
mar chantavam o segundo marco. "O Brasil tinha dois padrões (marcos), um
em Touros e outro em Cananéia, em São Paulo", ressalta Lenine. Em
documentos há relatos de que Cabral percorreu duas mil milhas na costa
brasileira. "Duas mil milhas é exatamente a distância entre a ponta do
calcanhar (RN) e Cananéia", afirma.
Outros
Argumentos que sustentam a tese de Lenine,estão relatados no seu livro
"Reinvenção do Descobrimento" lançado pela editora : RN Econômico
-Emp. Jornalística -1968. Vale a pena conferir!
Os
defensores da tese de que o Brasil foi descoberto em Touros, argumentam que:
"Portugal era muito pequeno.Se dissesse qual o verdadeiro caminho, em
pouco tempo, navegadores ou "piratas"espanhóis ou italianos estariam
lá. Porto Seguro foi uma embromação dos portugueses, para fugir da
concorrência! (Gildson Oliveira- Livro:Câmara Cascudo-um homem chamado Brasil
Ed.Brasília Jurídica -1999 )
Para o
historiador baiano Pedro Calmon,o Marco que Porto Seguro ostenta é apenas um
"Comemorativo" do descobrimento, provavelmente posto ao iniciar-se a
colonização" o que remeteria a uma data a partir de 1535.
Rio Grande
do Norte ou Bahia?
Como seria
interessante se as nossas Escolas e Universidades promovessem esse debate! Não
como dísputa política, mas como uma investigação que nos levasse a pesquisar,
pensar, estabelecer hipóteses.Melhor que continuar insistindo em passar para as
gerações a fabulosa história de que nossos heróis portugueses nos descobriram
por acaso, depois de passar todo tipo de provações no desconhecido caminho que
percorreram.
Extraído do blog de Dione Nascimento: www.touros1501.com
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